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Mato Grosso

Número de focos de calor sobe 196% em MT; fumaça e baixa umidade prejudicam saúde


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Levantamento feito entre 15 de julho e 15 de agosto aponta que Mato Grosso registrou 5.540 focos de calor. Isso representa um aumento de 196% se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.874. Neste período, é comum que a umidade relativa do ar fique baixa e afete a saúde da população, causando incômodo nos olhos, nariz e no sistema respiratório.

Dados colhidos entre o dia primeiro de janeiro e 15 de agosto deste ano demonstram que 12.990 focos de calor foram registrados no Estado. No mesmo período de 2018, foram 7.145, ou seja, uma variação de 81%. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisa de Pesquisas Espaciais (INPE) e foram divulgados pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. 

O fogo tem causado destruição por onde passa. Um incêndio florestal no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (64 quilômetros de Cuiabá) iniciado no dia 09 de agosto, finalmente foi extinto no último domingo (18), após dez dias.

No total, contando a área atingida do parque e outras ao redor, o fogo devastou o equivalente a 13,3 mil campos de futebol. Até o dia 16 de agosto, foram queimados 3.800 hectares no interior da unidade, o que corresponde a 11% de sua área total. Os atrativos turísticos da Cidade de Pedras e Vale do Rio Claro, do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, foram fechados por questões de segurança. 

O combate ao incêndio florestal na região da Serra Negra, município de Guarantã do Norte (710 km de Cuiabá) foi combatido por cinco dias. O Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) relatou que foram identificados dez focos de calor somente na manhã de terça-feira (20).


Crédito: Corpo de Bombeiros

Nos lugares em que era possível chegar, foram realizadas excursões para controlar e combater os focos, além de usar as vias de comunicação para orientar a comunidade rural sobre o que estava acontecendo, as ações que poderiam ser tomadas e sanções legais caso alguém estivesse ateando fogo propositalmente.

Os bombeiros também fizeram o combate às margens da BR 163, evitando que o fogo se propagasse ainda mais na vegetação e que a fumaça tomasse conta da pista e atingisse duas residências nas proximidades.
 
Consequências para saúde

O tempo seco também pode ser um problema para saúde, especialmente em locais mais secos ou em grandes cidades, onde a poluição do ar se agrava.

 Para o otorrinolaringologista Anderson Botti, toda a população precisa estar alerta à ingestão de líquidos, que precisa ser feita com regularidade durante todo o dia, em especial às mães e crianças que estão em período de amamentação. Os grupos que sofrem mais com o desequilíbrio climático e atmosférico são as crianças e os idosos.

“Toda a imunidade vem da mãe, então a lactante precisa estar muito atenta ao consumo de água, pois o lactente, abaixo de um ano, precisa muito dela para sua proteção imunológica e hidratação, visto que a amamentação é a forma mais importante da criança receber água e nutrientes”, pontuou.

A importância em se manter hidratado é parte fundamental para auxiliar o sistema imunológico. Segundo o otorrino, as vias respiratórias, quando desidratadas e ressecadas, dão permissão para que substâncias alergênicas, como poeira e fuligem, causem inflamação do trato respiratório. 
 
“Importante a utilização dos umidificadores e nebulizadores, que vão ajudar a manter essa hidratação das vias respiratórias, somado sempre à hidratação via oral, que já melhora as condições da qualidade do muco desse sistema que auxilia a proteção do nosso corpo”, afirmou. 

O médico ainda alertou que o consumo excessivo de sal e de bebidas alcoólicas ajudam na desidratação do corpo. “O sal tira a água do nosso organismo, então, quando ingerida em grande quantidade acaba desidratando o nosso corpo. Outro produto que também engana são as bebidas alcoólicas, onde as pessoas acham que, por ser um produto líquido, estão se hidratando. Pelo contrário! Estão ajudando o corpo a perder água”, orientou. 
 

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